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Americanas, entenda tudo o que aconteceu nas últimas semanas

Nas últimas semanas, uma das maiores empresas de varejo do Brasil causou um enorme tumulto no mercado de ações. A noite de 11 de janeiro ficará marcada na história da Americanas como o dia em que a empresa faliu, contadores informaram ter encontrado “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais em balanços dos últimos anos.

O problema ocorreu devido a uma operação comum no varejo, chamada de “risco sacado”. Posteriormente, após uma análise interna, foi determinado que a dívida da empresa poderia chegar até 40 bilhões de reais. 

Esse saldo negativo que parecia estar escondido “embaixo do tapete” tem o poder de criar estragos extremamente difíceis de serem revertidos. No momento em que o comunicado oficial foi emitido e com a saída de grandes executivos da empresa, já era possível traçar qual seria o tamanho do problema em que a Americanas se meteu. 

Na última quinta-feira (19), a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro. A companhia comunicou que o valor total dessa dívida é de aproximadamente 43 bilhões de reais. 

No pedido, a Americanas cita que a queda no mercado de ações, que quase chegou a 80% em menos de uma semana, e o rebaixamento de seu rating nas agências deixaram seus credores financeiros agitados e preocupados. 

Hoje, veremos tudo o que aconteceu com uma das maiores empresas de comércio do Brasil, e quais são as consequências que ela está encarando. 

O rombo da Americanas

Sergio Rial, atual ex – CEO da Americanas, emitiu um comunicado ao mercado após anunciar a sua saída da empresa, vale ressaltar que essa decisão foi tomada somente dez dias após o empresário assumir o cargo. 

Na nota emitida para o mercado, Sérgio reportou um rombo de 20 bilhões de reais nos balanços financeiros da Americanas. Após a fala do ex – CEO, analistas estudaram as finanças internas da empresa, e determinaram que a dívida pode chegar até 40 bilhões de reais. 

A empresa pagava seus fornecedores através de uma triangulação entre bancos, entretanto, os pagamentos não foram devidamente concluídos, o que acarretou em enormes dívidas. Como já foi dito, o problema tomou impulso após uma operação comum no varejo, chamada de “risco sacado”.

 

O que é “risco sacado”

Esse tipo de operação conta com três pilares, a empresa, um banco e o fornecedor. A companhia pega um financiamento com um banco parceiro para efetuar a compra de materiais de um fornecedor ou mais. 

O banco antecipa os recursos (pagamento) para o fornecedor, isso faz com que o varejista tenha que quitar a dívida com a instituição financeira pagando juros pelo empréstimo em um determinado período. Porém, a empresa cometeu o erro de não reportar os balanços devidamente, esse deslize provavelmente irá aumentar o grau de endividamento da companhia. 

A renúncia do CEO da Americanas

No dia 11 de janeiro, Sérgio Rial e André Covre, ex-diretor de relações com investidores, decidiram abandonar seus cargos na empresa. Os executivos haviam assumido suas devidas responsabilidades na empresa apenas há dez dias, dia 1 de janeiro. Sérgio ainda atuará como assessor da Americanas, apoiando os acionistas de referência da companhia no processo de apuração do ocorrido. 

O conselho de administração escolheu interinamente João Guerra para assumir o cargo de diretor – presidente e diretor de Relações com Investidores. O empresário atua em diversas áreas como tecnologia e recursos humanos da Americanas, entretanto, não possui envolvimento anterior na gestão financeira da empresa. 

Queda nas ações da Americanas

Com todas as informações que foram expostas na noite do dia 11 de janeiro, as ações da Americanas despencaram no estilo queda livre, que chegou até 77,3% de queda, o custo de um ativo da empresa fechou o dia custando pouco menos do que três reais. 

Essa foi a maior queda já registrada por uma empresa pertencente ao Ibovespa, índice de referência dos investidores, desde 1994, segundo o Valor Data.

Os investidores começaram a cobrar que a empresa aceite passar por uma capitalização. A decisão, se for efetuada, poderia ser feita por meio de uma oferta subsequente de ações, com a garantia de compra dos papéis a ser dada pelo trio da 3G Capital, que possui cerca de 31% do negócio. 

A 3G Capital é uma empresa de investimentos no modelo private equity, em outras palavras, é uma companhia que compra fatias ou parcelas de negócios, permanecendo como acionista por um longo prazo. 

Além da Americanas, a empresa de investimentos conta com a empresa multinacional AB-Inbev, que inclui a nacional Ambev, e as empresas de alimentos Kraft-Heinz e Burger King

Ainda é seguro investir na Americanas? 

Com todos os acontecimentos recentes, diversos investidores que aguardavam uma oportunidade para investir em uma empresa de grande porte parecem sorrir diante a Americanas, isso porque como você já sabe, um ativo da Americanas chegou a custar menos de três reais há alguns dias. 

Porém, os mesmos que esperavam por esta oportunidade temem se esse seria um investimento correto, já que o futuro da empresa é incerto. Por enquanto, não existem indicações de que a Americanas irá interromper suas operações, em seu site oficial, a empresa afirma que seguirá “trabalhando duro”. 

A empresa entrou com o pedido de recuperação judicial e já foi aceito no Rio de Janeiro, isso pode significar uma sobrevida para a Americanas, entretanto, pode ser que as coisas não saiam como o planejado. Não pode-se dizer que é seguro investir na companhia, mas caso invista e tudo volte ao normal, pode render bons lucros. 

Conclusão

Erros, indisplicência, irresponsabilidade. São alguns dos diversos adjetivos que podem ser utilizados para definir o trabalho dos chefões da Americanas, cada detalhe que foi sendo deixado de lado se acumulou e agora se tornou uma grande bola de neve para a companhia, isso quase custou a vida da empresa, que está “respirando por aparelhos” e terá que ralar muito para sair do buraco em que ela mesma se colocou.

 

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