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Retrospectiva 2022: veja o que aconteceu na economia este ano

Sem dúvidas, um dos programas mais esperados em todos os anos é a retrospectiva. Ter a sensação de relembrar os grandes eventos e acontecimentos do ano, como uma crise na economia, ou um evento histórico e poder dizer “eu lembro disso” ou “eu estava lá” é sempre prazeroso, afinal, quem é que não gosta de fazer parte de uma história?

O mês de dezembro é um dos que contém mais tradições, independente da religião, conceitos ou pensamentos, todos costumam ter algo planejado para o último mês do ano, porém, existem aquelas que todos participam, que é ler ou ouvir retrospectivas de diversos temas, seja de esportes, notícias, filmes e, um dos mais importantes, economia. 

Mesmo para aqueles que não são muito chegados, é extremamente importante relembrar todos os fatos que ocorreram na economia durante o ano que se passou. Com isso, é possível criar planejamentos e expectativas que se refletem na economia para o próximo ano. 

Até porque, quando se fala em dinheiro, não existe aquela opção que os gamers utilizam de reiniciar no último ponto salvo, arriscar seu dinheiro com planejamentos que não tem base no histórico recente pode ser o início para uma grande dor de cabeça. 

O ano de 2022 foi bem movimentado no aspecto geral, mas quando se fala em economia e finanças, o assunto fica mais sério, já que a cada mês que se passava, uma nova projeção era feita, o que acabou custando a renda de muitas pessoas, em outras palavras, foi um ano extremamente difícil de aumentar o valor da quantia em bolso. 

Levando isso em consideração, após os grandes eventos que ocorreram em nosso país nos últimos meses, fica ainda mais clara a importância de estudar e compreender o passado para especular o futuro. Mesmo que a projeção seja incerta, antes com uma pequena lanterna do que a escuridão completa. 

Portanto, nessa última semana de posts em nosso blog, falaremos sobre os maiores acontecimentos na economia durante 2022, se ajeite na cadeira, pegue um café ou chá e relembre tudo o que aconteceu neste ano!

“O ano em que tudo ficou mais caro 2” 

Existem coisas que podem ser removidas de uma retrospectiva por não serem tão importantes, como a dança das cadeiras de homem mais rico do mundo, entretanto, é impossível relembrar os acontecimentos da economia sem mencionar um dos maiores monstros econômicos de diversos países, a inflação. 

O aumento de preços durante o ano foi um dos assuntos mais comentados em diálogos dos brasileiros este ano, parece até uma sequência de filmes, levando em consideração que em 2021 o povo sofreu com esta mesma história.

Um dos maiores exemplos de que este ano a coisa ficou séria pode ser visto em março. A inflação que é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) chegou ao inimaginável valor de 1,62%, que se tornou a maior variação vista no mês desde 1994.

Nos 12 meses de 2022, esse número chegou a ultrapassar os incríveis 12%, tirando esse dado na forma de número, a cada visita que uma pessoa fazia ao mercado, era necessário deixar cada vez mais dinheiro para manter as mesmas compras, ou sair com a sacola cada vez mais vazia. 

Da mesma forma que ocorreu em 2021, os alimentos vendidos em mercados, feiras ou em qualquer outro tipo de comércio pesou no bolso da comunidade. Itens que costumam sempre estar no carrinho de compras do povo como leite, macarrão e maçã tiveram seus preços aumentados em mais de 30%.

Mas por pior que pareça, esses não foram os grandes vilões do bolso brasileiro, mas sim os combustíveis, principalmente no primeiro semestre do ano. Os valores subiram tanto que uma das maiores buscas na internet foi sobre como produzir gasolina caseira. 

Os primeiros seis meses de 2022 foram extremamente difíceis para os brasileiros, que continuaram sentindo o impacto gerado graças aos aumentos efetuados pela Petrobras no ano anterior para as refinarias, que repassaram esses valores exuberantes para as distribuidores, esse ciclo se manteve até chegar no consumidor final, que é a população. 

A “amostra grátis” da deflação na economia

A partir de Julho, quando se deu o início do segundo semestre do ano, o preço dos combustíveis para as refinarias começou a ser reduzido, que da mesma forma que ocorreu com o aumento, aconteceu com a queda do preço. Essa ação colocou a deflação nos holofotes do país, pelo menos por algum tempo, já que o cenário voltou a mudar. 

Os cálculos do IBGE para descobrir a inflação do país levam em consideração os preços de diversos produtos e serviços, quanto mais importante ele for, maior será o impacto dele no resultado final da inflação, e para a novidade de zero pessoas, o combustível é algo essencial para a sociedade. 

Isso porque o produto está presente em quase todos os locais da comunidade, ele está presente em carros, transporte público, na cadeia produtiva de diversos produtos e serviços, como táxis e uber’s. Por conta disso, por menor que seja a alteração no preço, os impactados podem se sentir extremamente afetados. 

Os combustíveis tiveram seus preços reduzidos durante o segundo semestre de 2022, isso deu início a deflação. No mês de julho, os preços tiveram queda de 0,68%, em agosto caiu mais 0,36% e, em setembro, a deflação foi de 0,29%.

Um começo de semestre promissor, porém que não foi notado por todos. Embora os combustíveis tenham participação ativa ou não nos preços de muitos produtos ou serviços, eles não possuem o poder de barrar o aumento de valor de outros itens, principalmente os alimentos. 

Nos dois meses seguintes, que foram outubro e novembro, os preços voltaram a subir, assim como no primeiro semestre, os números registrados foram de um aumento de 0,59% e 0,41% posteriormente.

No mundial de batata quente, o perdedor foi o Brasil

O ano de 2022 é a prova viva de que, muitas das ocasiões ou eventos que acontecem ao redor do mundo afetam o bolso da população brasileira. O ano já começou com um grande problema.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro e iniciou uma guerra que, até este momento, no dia 17 de dezembro, ainda está acontecendo. Por mais que ambos os países estejam bem distantes de nós, o conflito foi crucial para o aumento de diversos produtos que já pesavam no bolso dos brasileiros.

Como a maioria das pessoas já sabem, a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo no mundo, que é a matéria-prima dos combustíveis. Apesar do conflito não ocorrer em solo russo, existem enormes incertezas ao redor do mundo sobre os desdobramentos que podem acontecer, isso fez com que o valor do barril ultrapassasse 100 dólares no primeiro mês de guerra. 

Que se tornou o maior valor registrado dentre os últimos sete anos. E como o petróleo que é produzido no Brasil segue a tabela de preços do mercado internacional, o efeito dominó chegou até o bolso da população brasileira. 

Outro grande problema que se deu graças ao conflito entre os países é relacionado ao trigo, que é a matéria-prima de diversos alimentos básicos na casa dos brasileiros, como o pão e o macarrão. O conflito resultou no aumento de preço dos produtos ao redor do mundo, principalmente em nosso país. 

Mas como os pessimistas costumam dizer: nada está tão ruim que não possa piorar. Duas das maiores economias mundiais tiveram seus desentendimentos este ano, Estados Unidos e China não vão muito bem, ambos países prevaleceram no último trimestre do ano, porém existem algumas ressalvas. Nos Estados Unidos, a inflação afetou a renda de diversas famílias, o valor ultrapassou 8% neste ano. 

Esses acontecimentos têm o poder de fazer a economia desses países desacelerar, algo que pode ser bem prejudicial para eles e consequentemente para o Brasil. Um mínimo desajuste fora da curva pode alterar a inflação e os juros. 

Selic no estilo “foguete não da ré”

Existem algumas regras não escritas na economia, quase como se fosse uma espécie de acordo a la aperto de mãos, uma delas diz que não há indicadores que sobem para sempre, entretanto, a Selic pareceu tentada em quebrar esta regra. Para quem não sabe, ela é a taxa de juros básica da economia brasileira, além de ser uma ferramenta para controlar a inflação. 

Quando a inflação fica apertada, o Banco Central é obrigado a aumentar a taxa Selic, fazendo assim os juros aumentarem e, consequentemente, o crédito fica mais caro. Esse efeito dominó acaba reduzindo o consumo e força os presos a cair. 

Porém, desde o ano passado, a inflação não deu folga para a economia, o resultado disso foi a transformação da Selic em uma espécie de foguete que não parava de subir. Ela saiu de 2% ao ano, dado que foi computado em março de 2021, para 13,75% em agosto de 2022. 

Desde então, o Banco Central não fez mais alterações no valor da Selic e já deixou o sinal de que assim permanecerá por muito tempo. A manutenção do número, no entanto, chega a ser até uma espécie de “alívio” para os brasileiros, já que desde 2020, a Selic passou por 12 aumentos seguidos. 

O renascimento da renda fixa na economia

Poucos economistas acreditariam nisso se fosse dito alguns anos atrás, mas em 2022 a renda fixa tomou conta da atenção de muitos e provou que veio para ficar, pelo menos nessa atual fase. O começo desse renascimento foi graças à taxa Selic, quando ela atingiu a mínima histórica de 2% em agosto de 2020.

Na época, era comum encontrar especialistas enterrando os investimentos de renda fixa. Essa modalidade reúne as aplicações mais conservadoras, que possuem uma rentabilidade amarrada e indicadores como a própria Selic, em outras palavras, são investimentos como os títulos do Tesouro Direto. 

Com o efeito dominó resultante do aumento dos juros, esses investimentos voltaram a ficar mais atrativos em 2022. Durante o mês de setembro, foi notado que o Tesouro Direto ultrapassou a marca de 2 milhões de brasileiros investidores em títulos públicos, o que foi um aumento de 15% desde janeiro. 

Criptomoedas abaixo de zero

As criptomoedas, que estão se tornando um grande atrativo no cenário mundial, tiveram seus momentos tensos no ano de 2022. O valor de mercado das moedas digitais caíram tanto ao longo do ano que o período entrou para a história da economia como “inverno cripto”. 

No começo do ano, as moedas somavam 2,2 trilhões de dólares em valor de mercado. A temperatura começou a cair em meados de abril e, apenas um mês depois, elas já tinham valor de 1 trilhão a menos, um dado assustador para os investidores de criptomoedas. 

Assim como todos os outros problemas econômicos, a crise das criptomoedas teve influência do cenário internacional instável. Provando mais uma vez que não tem quem escape diante a uma crise da economia global. 

A moeda bitcoin, que é a maior criptomoeda do mundo, viu seu valor ser cortado pela metade. Em janeiro, uma unidade de bitcoin valia mais de 47 mil dólares, a moeda chegou no mês de junho com o valor de 19 mil dólares, no penúltimo mês de 2022, a criptomoeda continha o valor de 16 mil dólares por unidade.

Aqueles que possuíam expectativa de criar alguma rentabilidade mais robusta dentro deste mercado em 2022, tiveram seus planos frustrados. Mas o dinheiro extra acabou chegando, só que de outras maneiras.

O saque de ouro do FGTS 

Não estamos falando de um tal de FGTS que fez um Ace valendo a medalha de ouro nas olimpíadas! Mas sim do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, que acabou tirando a corda do pescoço de milhares de brasileiros no ano de 2022. 

Em um ano que ficou marcado por recordes de pessoas endividadas, um dinheiro que praticamente caiu do céu salvou diversas pessoas com seus problemas financeiros. No início de abril até o dia 15 de dezembro, os trabalhadores que possuíam saldo no FGTS, tiveram a oportunidade de retirar até mil reais de contas ativas e inativas. 

Além disso, outra iniciativa que rendeu um dinheiro extremamente valioso para muitas pessoas em 2022 foi a do Branco Central, que criou o sistema que permitiu que muitos brasileiros pudessem verificar se possuíam algum dinheiro abandonado em bancos ou instituições financeiras, possibilitando assim o resgate desses valores. 

Por hora, as consultas ao Sistema de Valores a Receber estão indisponíveis, mas o Banco Central informou que pretende divulgar uma nova data em breve para novas consultas. 

Extra Extra, novo Auxílio Brasil por tempo limitado

Em 2022, outro caixa que também ganhou destaque foi o Auxílio Brasil. Em agosto, as pessoas cadastradas no programa social passaram a receber 600 reais ao mês. Além disso, trabalhadores envolvidos com a profissão de taxista e caminhoneiros tinham direito ao valor de mil reais.

Porém, tanto o auxílio de 600 reais, com os benefícios de taxistas e caminhoneiros foram apenas por um período, já que existia uma data pré-definida para terminar, dezembro de 2022. As conversas sobre os valores que serão disponibilizados para 2023 ainda estão acontecendo. 

Conclusão

Relembrar de um ano tão agitado é crucial para as pessoas se planejarem, ainda mais quando se trata de economia, fazia muito tempo que a sociedade não encarava um ano de tantos problemas econômicos, e tudo se torna ainda mais impressionante quando isso envolve a maioria do mundo.

Se você gostou deste conteúdo e gostaria de saber mais sobre o incrível mundo da economia, corre aqui que temos várias matérias sobre o assunto. E sobreoutros também! 

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