Vídeos curtos: a moda que o Google deve aderir
Desde o início da pandemia, o número de pessoas que assistem vídeos curtos teve um grande crescimento. Entre Julho de 2020 e Setembro de 2021, o TikTok agregou 300 milhões de novos usuários. No total, a principal rede social de exibição de vídeos curtos já conta com 1 bilhão de usuários com pelo menos uma visita mensal.
Com o sucesso do TikTok, algumas plataformas aderiram a ideia, como é o caso do Instagram com o Reels. O período de teste dessa ferramenta começou no Brasil ainda em 2019 com o nome “Cenas”, mas seu lançamento oficial foi em agosto de 2020, com alguns ajustes e novas funções.
A próxima empresa que pode incluir vídeos curtos em sua plataforma de buscas é o Google. Pelo menos é o que disse a Product Manager Danielle Marshak em entrevista ao podcast da Search Engine Journal. De acordo com ela, esse formato está se tornando mais popular do que nunca.
Ainda segundo ela, os vídeos curtos são capazes de oferecer muito mais informações em menos tempo. A expectativa é que os vídeos representem mais de 82% de todo o tráfego de Internet do consumidor em 2022.
Vale lembrar que o Google já usa os vídeos curtos no YouTube com o “Shorts”. Agora a ideia é que eles apareçam diretamente no buscador, quando alguém fizer qualquer pesquisa.
O porquê da popularização dos vídeos curtos
No início do século XXI, o tempo de foco dos seres humanos era de em média de 18 minutos. Desde 2020, esse número caiu drasticamente, com o tempo de foco das pessoas sendo de 7 a 10 minutos.
Com isso aplicativos e ferramentas, como o TikTok e o Reels, começaram a fazer mais sucesso, principalmente entre os mais jovens. O consumo de informação foi modificado para se adequar a nova moda.
Os usuários de celulares com sistema operacional Android já consomem mais vídeos no TikTok do que no YouTube. Segundo o portal americano The Verge, em junho de 2021, os usuários do app da ByteDance assistiam a mais de 24 horas de conteúdo no mês. Já na plataforma do Google são 22 horas e 40 minutos mensais.
“Os vídeos mais curtos são ágeis e o público consegue interagir mais com os influenciadores, gerando assim, proximidade. Esse formato também é consumido rapidamente, então, esse é o momento de aprender a trabalhar com conteúdos mais alegres, leves e menos óbvios”, disse Rafael Arty, sócio e diretor comercial da Squid, em entrevista ao Portal da Comunicação.
O comportamento do público afeta as plataformas por conta das expectativas e das necessidades das pessoas no momento. Primeiramente, o impacto será na transformação dos conteúdos e depois na inovação de formatos a fim de atender a demanda do público.
A pandemia teve grande influência no crescimento dos números de pessoas que assistem vídeos curtos. O mundo estava, e ainda está, vivendo uma crise sanitária, que colocou em xeque a saúde mental de grande parte da sociedade.
A partir disso, as pessoas passaram a ficar mais tempo na frente das telas, alavancado o mercado de influência e a economia de criação de conteúdo.
O sucesso dos vídeos curtos está atrelado a sua característica de reter usuários em looping. Essa não deve ser uma tendência que será passageira, ele vieram para ficar, pelo menos é o que diz Rafael Arty:
“Assim como o rádio nunca vai parar de existir, esse formato de consumo de conteúdo sempre vai ter espaço, pois estamos falando em um mundo onde a retenção da atenção é cada vez mais rara e cara”.
A origem do TikTok
O TikTok surgiu na China em 2014, mas com outro nome, Musical.ly. No início, ele era um aplicativo para as pessoas postarem vídeos curtos dublando músicas. Em 2017, a empresa foi comprada pela também chinesa ByteDance.
A ByteDance tinha um aplicativo parecido, o Doujin. Com isso, o Musical.ly se tornou TikTok, para ser difundido internacionalmente, já Doujin continuou circulando no seu país de origem.
Dois anos depois, o TikTok já havia sido baixado por um terço da população da Índia e dos Estados Unidos. Inclusive, os indianos são os principais usuários do aplicativo no mundo.
Por que investir em vídeos curtos?
Atualmente, com a quantidade de conteúdo disponível na internet, nós conseguimos encontrar todas as informações que queremos em qualquer formato possível. Isso permite que cada pessoa possa escolher a forma como quer consumir qualquer informação.
O principal motivo pelo qual o Google está pensando em exibir vídeos curtos na sua ferramenta de buscas é que 60% do tráfego da Internet gira em torno do vídeo. Ao mesmo tempo, a quantidade de tempo desses vídeos está caindo.
E está enganado quem acha que os vídeos curtos são feitos exclusivamente para crianças e adolescentes que gostam de dançar na Internet. Do ponto de vista do marketing, o uso de vídeos curtos pode ser muito importante para a divulgação e venda de produtos.
Veja alguns dados abaixo que comprovam isso:
De acordo com a pesquisa da companhia inglesa de vídeo marketing inglesa Wyzowl, 84% das pessoas dizem que foram convencidas a comprar um produto ou serviço assistindo ao vídeo de uma marca.
Segundo uma pesquisa do Colormatics, 72% das pessoas preferem aprender sobre um produto ou serviço por meio de vídeo, em vez de texto. Nessa mesma pesquisa é dito que 68% das pessoas assistem de bom grado um vídeo de empresas se ele tiver menos de um minuto.
Ainda na pesquisa da Colormatics, é dito que 93% dos profissionais de marketing conquistaram clientes a partir de vídeos nas redes sociais. Muitas marcas mostram seus produtos em uma ação nas mídias sociais e deixam que elas falem por si.
Segundo a empresa de criação de vídeos Animoto, 63% dos profissionais de marketing afirmam que o conteúdo de vídeo obtém o melhor retorno do investimento nas redes sociais.
De acordo com o Wyzowl, as pessoas compartilham vídeos duas vezes mais do que qualquer outra forma de conteúdo. Além disso, o público quer ver mais desses vídeos educativos, pois são muito úteis no dia a dia.
A criação de vídeos curtos merece atenção que vem recebendo, pois tem mostrado muito resultado. A decisão do Google em aderir essa ferramenta pode ser algo muito acertado, já que esse é o tipo de conteúdo que mais tem atraído interesse do público nos últimos anos.
No mundo globalizado e com cada vez menos tempo, as pessoas procuram praticidade e o vídeos curtos tem entregado isso a elas.
Se você gostou de ler sobre vídeos curtos, acesse o blog Investidores S/A para ler mais conteúdos como esse e muitas outras coisas.