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Empreendedorismo Feminino

Oportunidades e desafios do empreendedorismo feminino

Devido à importância do empreendedorismo feminino na redução da desigualdade, valorizando a diversidade e promovendo o desenvolvimento econômico, a Organização das Nações Unidas (ONU) designou o dia 19 de novembro como o Dia do Empreendedorismo da Mulher em 2014.

A ideia é chamar a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento e fortalecer o protagonismo feminino. A iniciativa é coordenada pela ONU Mulheres, organização da entidade que visa unir, fortalecer e ampliar os esforços globais em defesa dos direitos humanos das mulheres.

Empreendedorismo feminino  é o movimento que reúne negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres. Em um sentido mais amplo, ele pode ser entendido, também, como as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro de empresas.

O empreendedorismo feminino é um movimento crescente em todo o mundo. Como resultado do progresso na proteção dos direitos das mulheres e na conquista da igualdade entre homens e mulheres, além da famosa diversidade, também trouxe uma mudança de paradigma no mundo dos negócios e um renascimento desejável. Isso também é essencial para a criação de um ecossistema de startups que estimule o surgimento de novas empresas.

O empreendedorismo feminino compreende os negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres e, também, as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro das empresas. 

Empreender é uma atitude de determinação, coragem e inovação, seja para abrir seu próprio negócio ou para ascender na hierarquia de uma empresa. 

A falta de referências para mulheres , os estereótipos  e as barreiras de acesso ao financiamento dificultam as mulheres estarem na frente dos negócios.

Apostar na conciliação e na redefinição da figura de empreendedorismo e nos novos modelos de empresas digitais, são algumas chaves para que as oportunidades de empreender sejam igualitárias.

Porém mesmo sem referências há um aumento da participação das mulheres no mundo dos negócios trouxe melhorias sociais, econômicas e corporativas.

O empreendedorismo feminino desempenha um papel importante na redução da lacuna entre as oportunidades de desenvolvimento de carreira masculina e feminina. Além disso, é propício à diversificação dos negócios devido aos pontos de vista inovadores determinados pelos empresários.

Sem diversidade racial, cultural e de gênero, não há inovação e progresso . As mulheres não são minorias, elas são pelo menos 50% da população e, portanto, a metade do seu potencial. Embora o  seu papel de força no trabalho teve uma evolução nas últimas décadas, já não se trata só de quebrar teto de vidros e ocupar posições de liderança em grandes empresas, o empreendedorismo feminino também é necessário para o desenvolvimento social.

Quantos homens empreendedores são conhecidos ? Rapidamente vem na nossa cabeça nomes como Bill Gates, Jeff Bezos, Walt Disney ou Mark Zuckerberg.

Poderíamos citar vários nomes de mulheres ?

  • Madame CJ Walker foi uma empreendedora americana, filantropa e ativista política e social, ela começou uma linha de produtos para os cabelos desenvolvidas a mulheres afro americanas, em uma época onde a segregação ainda tinha vigor racial, ela é registrada como a primeira mulher que se tornou milionária nos Estados Unidos no Guinness Book of World Records;
  • Alicia Asin, a espanhola que com somente 24 anos idealizou a Libelium uma empresa de tecnologia espanhol desenha e fabrica hardware que exporta sensores para mais de 120 países e que recebeu o prêmio UE para Mulheres Inovadoras 2018 da Comissão europeia;
  • Luiza Helena Trajano é uma das mulheres empreendedoras mais poderosas do Brasil. Por 24 anos, esteve à frente do Magazine Luiza, uma das maiores marcas do varejo do país, com e-commerce e 113 lojas físicas, distribuídas por 819 cidades, de 21 estados. Só em 2019, as vendas totais do Magalu foram de 27,3 bilhões de reais.

As últimas décadas foram marcadas por lutas e pelas igualdades de gênero. As mulheres tornam-se independentes e ocupam espaços que antes eram exclusivamente dos homens. Nesse cenário, o empreendedorismo feminino traz importantes contribuições para a sociedade.

Cada vez mais as mulheres empresárias atuam no mercado. No entanto, o mundo corporativo ainda impõe obstáculos adicionais a elas. Hoje, vamos falar sobre alguns desses desafios.

Os empresários são qualificados, mas falta oportunidades 

Os empresários são qualificados, mas faltam oportunidades, existem aproximadamente 9,3 milhões de mulheres empresárias no Brasil, o que corresponde a 34% das empresárias do país. Os dados são do Sebrae ( Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa ).

A proporção ainda baixa está relacionada à nossa realidade sociocultural. Por muito tempo se acreditou que o lugar de mulher era em casa, preparando comida e cuidando dos filhos. Para se ter uma ideia, uma esposa que queira trabalhar fora de casa precisava de permissão do marido. Essa regra vigorou até 1962, praticamente ontem em termos históricos.

Desanimada para empreender, elas tiveram que correr atrás do tempo perdido. E elas se realizam em pouco tempo. Segundo o Sebrae, hoje, o número de mulheres consideradas chefes de família chega a 45%, superando o número de mulheres que dependem do dinheiro dos seus companheiros. Isso significa que tomaram a iniciativa em casa, pois constituem uma família se tornando a principal fonte de renda .

Dados de mulheres empresárias 

O empreendedorismo feminino também se caracteriza pela qualificação. Os proprietários de empresas que possuem ensino superior (16%). Além disso, apresentam menores taxas de inadimplência (3,7% para eles versus 4,2% para elas).

Apesar das taxas promissoras, ainda existem barreiras. Um deles é justamente, monetário. Os empreendedores tomam empréstimos menores e cumprem os compromissos financeiros com mais frequência, porém pagam juros altos sobre eles. Estima-se que a taxa seja 3,5% superior aos juros cobrados dos homens, considerando o dinheiro dado aos pequenos empresários.

Outro obstáculo é o estabelecimento de uma rede de apoio. Como a comunidade empresarial sempre foi denominada por representantes do sexo masculino, a presença de uma mulher nesse ambiente costuma ser vista com suspeita. É como se ela fosse incapaz de agir como igual. Sem credibilidade com seus pares, é mais difícil para as mulheres formarem uma rede forte.

Importância do empreendedorismo feminino para sociedade 

A principal vantagem de promover o empreendedorismo feminino é a redução da desigualdade de gênero. Numa sociedade em que homens e mulheres têm os mesmo direitos, espera-se que todos assumam tarefas equivalentes. Da mesma forma que o pai pode trocar as fraldas e preparar as comidas do bebê, a mãe pode trocar bens e serviços.

Quanto mais pessoas estiverem envolvidas em seus próprios negócios, mais a economia crescerá.  E você não precisa liderar uma grande indústria para isso. Pode ser um salão de beleza nos fundos da casa ou a venda de produtos artesanais na feira do bairro. Movimentos desse tipo geram empregos, aumentam a renda média e melhoram a qualidade de vida das famílias. 

Dica: União de crédito: 5 Impactos para a sociedade 

Além disso, as mulheres empresárias alcançaram a independência financeira. Este é um passo importante para quebrar possíveis ciclos de violência. 

Muitas donas de casa se submetem ao abuso do parceiro simplesmente porque não têm meios de se sustentarem. Portanto, elas dependem dos homens para comer, ter uma casa e educar seus filhos, mesmo que o custo disso seja negligenciar seus próprios desejos.

Dicas para mulheres que querem ser empresárias 

Como vimos, o empreendedorismo feminino é mais do que mulheres abrindo negócios. É uma ferramenta de transformação social. Se você deseja fazer parte dessa mudança, confira algumas dicas sobre como começar.

1: Estude o mercado 

Um novo negócio surge para atender uma demanda do mercado. Ou seja, você deve entender quais são as necessidades do público ou quais são os serviços ou produtos que faltam em sua região. Escolha uma área de interesse e invista!

Vale a pena dar atenção especial aos setores de tecnologia e inovação que são mais lucrativos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas), as empresas lideradas por mulheres ganham menos. Uma explicação para este fenômeno seria o investimento em áreas de baixo valor agregado, como alimentação ou de moda e beleza.

2: Planeje seu negócio

Agora é a hora de organizar o orçamento. Antes de iniciar um negócio, você deve prever os custos de compra de materiais, instalação de máquinas, contratação de pessoal, publicidade de serviço e tudo o que for necessário para colocá-lo em funcionamento. Lembre-se de fazer sua pesquisa sobre impostos.  

3: Buscar treinamento 

Existem organizações que ajudam pequenos negócios empresários a iniciar um projeto. O próprio Sebrae oferece consultoria que orienta para quem está começando.

Além disso, leia sobre marketing, administração, gestão de pessoas, finanças e vendas. O empresário precisa entender um pouco de tudo isso para prosperar.

4: Rede 

Você conhece aquela história de que sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe?

Essa lógica se aplica perfeitamente ao empreendedorismo feminino. É importante encontrar outras empresas, em encontros presenciais ou em grupos pela internet, para fortalecer alianças. Eles podem se tornar fornecedores, clientes ou até mesmo parceiros. 

Os sites e as redes sociais são uma excelente ferramenta de networking. Talvez seja a hora de atualizar aquele seu perfil do linkedin, ou até mesmo recorrer aos anúncios do instagram para fazer a sua página de negócios desaparecer e alcançar mais pessoas. 

5 : Encontre uma linha de crédito 

Se  você não tem muito capital para investir deve procurar uma linha de crédito que corresponda aos seus ganhos. 

A Cresol oferece diversas soluções financeiras para quem vai iniciar um negócio lucrativo. Vamos crescer juntos, portanto conheça as opções.

Desafios do empreendedorismos feminino no Brasil 

A pandemia de Covid-19 afetou mais as mulheres empresárias do que os homens. Levantamento do Sebrae apontou que elas perderam 75% das vendas, ao passo que registraram queda um pouco menor (71%).

Mais uma vez, a explicação pode ser desigualdade de gênero. Durante a crise, as crianças não iam à escola e os idosos exigiam mais cuidados por serem considerados grupo de risco para a doença. Por razões culturais, a tarefa de cuidar dos familiares recaiu principalmente sobre as mulheres.

Divididos entre os filhos, casa e o trabalho, as empresárias não conseguiam  se dedicar integralmente aos projetos profissionais. Na verdade, o tempo que passam no próprio negócio é, em média, 17% menor em comparação com as horas que os empresários homens gastam na frente de seus negócios.

Mas deve- se notar que esta situação não é nova. Além de disparidade nas responsabilidades domésticas, que oprime as mães, elas ainda enfrentam uma clara desvantagem no mercado de trabalho.

Um estudo da Fundação Getulio Vargas ( FGV), feito em 2019, mostrou que muitos trabalhadores perderam o emprego depois de terem filhos. A pesquisa revelou que as despesas aumentam logo após a licença maternidade. Após 24 meses, quase metade das mães trabalhadoras já foram demitidas, na maioria das vezes sem justa causa.

A falta de empregabilidade é maior entre os de menor escolaridade. E o motivo é previsível: muitos empregadores ainda acreditam que o cuidado de crianças é exclusivo das mulheres. Sob essa mentalidade, a dedicação aos pequenos poderia entrar em conflito com as demandas da carreira. 

O resultado é que há mulheres que empreendem não por necessariamente por vocação, mas por necessidade. Com as portas do mercado de trabalho fechadas, a maneira de sobreviver reinventando um negócio por conta própria.

O futuro do empreendedorismo feminino 

À medida que o machismo estrutural é discutido na mídia, mais e mais pessoas estão percebendo a necessidade de mudanças no cenário global. E todos podem agir para melhorar a realidade do empreendedorismo feminino. 

Parte dessa transformação diz respeito aos homens. Construir uma sociedade igualitária significa que os maridos também devem assumir funções do lar, em divisão justa de tarefas. Por enquanto, eles dividem 11 horas semanais de atividades domésticas, enquanto elas dedicam 21 horas. Os números são da pesquisa Estatísticas de Gênero, do IBGE. 

Os proprietários de empresas, por outro lado, precisam se unir. Organizações como Rede Mulher Empreendedoras se dedicam à integração, formação e troca de experiência entre os participantes de todo o país. Iniciativas desse tipo ajudam a emponderar os cidadãos, em um movimento de emancipação que fortalece a busca pela igualdade de gênero nas empresas .

Saiba mais!

Empreendedorismo feminino

Ser uma mulher empreendedora não é fácil, você deve lidar com desafios constantes, além de estar sempre provando o seu valor.

Você entrou no mundo do empreendedorismo por vocação ou necessidade, dependendo de qual seja a resposta, faça um planejamento financeiro para ter um capital para iniciar a sua jornada. 

Conte-nos as suas experiências de como você conseguiu chegar onde está ou o que está lhe infringindo, acredite minha querida investidora S/A, você não é a única passando por isso.

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